8.5.12

O que precisamos é de causas


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É terrível, a apatia, não é? Quando uma mole imensa se move à velocidade que torna um retrato matéria inerte, somos palonços que comem qualquer embutido impingido. Os que, rapaces, protestam contra a anorexia da ação, esbracejam. Dizem que somos reféns de uma indolência que nos atira para o abismo. Eles bem vociferam contra os que tudo possuem – a riqueza, o poder, as nossas vidas e mesmo a nossa dignidade. Só falta advertirem que os biltres têm capacidades hipnóticas, tamanha a letargia que nos consome.
Precisamos, pois, de atividade. Intelectual. De envolvimento, ir a sítios onde se discutem ideias, onde se protesta contra o atual estado de coisas, ou apenas se proteste contra o que discordamos. Para ver se nos libertamos. Precisamos de causas. Da pedagogia das causas. E precisamos de aprender mais do que simples simpatia com causas; exige-se um passo em diante, o envolvimento nas causas, os pés metidos ao caminho, vozes desempoeiradas com pregões afinados, atos concretos que ajudem. Precisamos de sair do adormecimento que é a nossa camisa de forças. Enquanto ficarmos em casa, a bocejar a nossa inércia, seremos presas faceis ﷽﷽﷽﷽mos presas fcejar a nossa in quem beneficia das causas. precisamos em diante, o envolvimento nas causas, os pixo da meáceis dos abutres que campeiam na sua grotesca impunidade.
Causas: eu tenho uma, a da proteção dos animais. Outros, mais ativistas e embebidos no perfume do humanismo, atirar-me-ão as pedras da infâmia: causa não será, que essas se esgotam no humano vilipendiado pelos opressores. Não valerá a pena rebater o antropocentrismo. O que interessa – direi em minha defesa – são causas. Nem que sejam folclóricas, obtusas, ou causas que se esgotam na individualidade de quem as promove. Se acham que por causas se aceitam apenas as que trazem um séquito para as ruas onde se esboçam os protestos, digo-lhes que engrossam a falácia das multidões que é o credo dos ditos opressores.
Que esta retórica das causas que não seja tida como convocatória. O que vem desde o início, é a tradução dos maçadores que têm como causa o convencimento de que devemos estar empenhados numa causa. Era o que mais faltava, sacerdotes intrusos nas consciências que lhes não pertencem. Não, as causas não são património genético da coletividade. São monumentos à individualidade.

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