In https://lh3.googleusercontent.com/-YpWOAnP47ms/TX0lo6R2yXI/AAAAAAAAC2s/0_Q1Fff6F9g/shame-on-you1.jpg
O governo
tenciona penalizar os progenitores pelas tropelias escolares da prole. Chicote
a montante, portanto. Os estroinas portam-se mal e a escola vai pedir
responsabilidades a casa deles, a quem os pariu. É que os petizes deviam ter
sido bem educados. Se os progenitores se demitiram da função, que apanhem com o
ónus das malfeitorias que a descendência anda a espalhar pelas escolas.
Se a
moda pega de estaca, as responsabilidades de cada um vão ganhar raízes
profundas. É agora que o adágio “a culpa morreu solteira” vai berrar a pulmões
abertos. Haverá sempre maneira de endossar a culpa lá para trás, sempre bem
mais para o passado remoto, quando o homem de Neandertal transportava
carinhosamente a consorte pelos cabelos.
As tropelias
escolares devem ficar impunes? Nem tal coisa podia passar pela cabeça (que não
sou sociólogo com pronta explicação para os comportamentos desviantes, pois a
sociedade ou a família são os culpados pelas amibas que criaram; ou psicólogo
em desmultiplicadas justificações para um comportamento que nunca é anómalo).
Daí a passar para a geração anterior as culpas pelos desacatos da descendência
vai um abismo. Talvez aqui falem mais alto os rudimentos de jurista fracassado
que, todavia, ficaram enquistados. E se os princípios das leis mandam selar a
responsabilidade dos comportamentos a quem os comete, como se pode pedir contas
aos pais pelas travessuras dos filhos? Pra piorar o diagnóstico, algumas
famílias cheias de pergaminhos despejam a prole na escola com indicações para
maltratar os professores se eles aborrecerem muito. Como se pode pedir
responsabilidades aos papás, se eles não fazem ideia da serventia da escola e
da grotesca educação doutrinada lá em casa?
Mas se
a moda pega de estaca, um dia destes só os inimputáveis e os menores de idade é
que não estarão a contas com a justiça. De resto, não sobrará quase ninguém sem
dores de cabeça com a justiça por causa dos atos levianos dos meninos e das
meninas que pariram (tirando o clero, os homossexuais que ainda não podem
adotar crianças, os casais sem propósitos de deixar descendência e os que
ficaram para eternos celibatários).
Pelo
andar da carruagem, haverá muitos progenitores arrependidos de o terem sido.