28.7.11

O sorriso censurado


In http://www.dojapao.com.br/fotos/1360-bbtown_jrgsr.gif
Quem o avisa é a comissão de trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Já se conhecia o pregão das boas condutas no trabalho: não se bebe (álcool) em serviço. Estes sindicalistas entraram para os anais ao recomendarem, com o jeitinho que se apura no comunicado, que os do conselho de administração não devem rir enquanto trabalham. Nem sequer sorrir. Pois a graduação (sorriso-riso) não é de somenos importância.
(A comissão de trabalhadores, tão afogueada neste zelo peremptório, devia redigir um manual que esclareça, com o detalhe de um bisturi, quando um mero sorriso pode ter mais gravidade que um riso de goela aberta. É que, às tantas, um sorriso esconde um cinismo letal. Já um riso de goela aberta esbofeteia um sentir com a frontalidade dos honestos.)
Ora isto é uma aleivosia. Onde já se viu algum incriminar outrem porque anda bem disposto e esboça um sorriso que sinaliza um estado de espírito? Já para não falar da restrição de movimentos dos administradores dentro da empresa que gerem. Era o que mais faltava: alguém dizer que eu não posso ir a certos compartimentos da minha casa. Um dia destes, ainda dão de caras com controleiros sindicais a cirandar pelos cantos da empresa, uma espécie de piquete de serviço que veda o acesso dos gestores aos locais que as luminárias sindicais determinaram, do alto do seu unilateralismo tão democrático, que não podem ser frequentados pelos patrões. E ai se os apanham com um rosto sorridente, que o piquete assobia bem alto para que os mastins de serviço acorram ao local e preguem uma carga de porrada aos insultuosos administradores.
Os gestores deviam formar o seu próprio sindicato. E talvez uma milícia para proteger o couro. A força bruta só verga os timoratos.

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