16.8.04

Como é fácil perder a razão: homossexuais e turismo sexual em Fátima

O mote é dado por esta notícia incluída na versão on-line do Expresso:

Gays indignam Fátima

A comunidade homossexual incluiu Fátima no roteiro de locais de encontro. No seu sítio na internet, a Opus Gay indica as casas-de-banho e os parques de estacionamento do santuário como lugares onde se verificam habitualmente práticas homossexuais. A PSP confirma esta informação, revelando que já registou ocorrências desse tipo nas casa-de-banho do santuário, sugerindo o seu encerramento nos dias de menor movimento. Comentando o facto, o vigário-geral da diocese de Leiria-Fátima, Jorge Guarda, afirma que «a Igreja está indignada» e propõe-se pôr termo à situação, mesmo que seja necessário seguir o conselho da PSP e tomar «medidas extremas», encerrando os espaços referenciados.


Não é a primeira vez que escrevo sobre este tema que ainda mexe com as consciências mais conservadoras. Já por mais do que uma vez defendi os direitos dos homossexuais em plena paridade com os heterossexuais. Contudo, é intolerável que a comunidade homossexual parta para a mais grosseira provocação, entregando-se a práticas sexuais em locais sagrados para os católicos. É a imagem da intolerância que reside em largos sectores da comunidade homossexual e que os leva a perder a razão com que se querem investir para reclamarem os direitos de que se dizem legítimos portadores.

Não é difícil que alguém tenha razão mas a perca pela forma como a tenta defender. Por exemplo, é o que sucede quando alguém reclama a razão para si – não sendo difícil de a reconhecer se estivermos dotados da necessária imparcialidade – mas razão é questionada devido os meios utilizados para alcançar os fins. Quando tais meios são desproporcionados, os traços da razão esfumam-se numa nebulosa dúvida que deixa transparecer uma perigosa intolerância.

Por curiosidade, consultei o site da Opus Gay, para atestar se era verdade que os parques de estacionamento e as casas de banho do santuário de Fátima são aconselhados como locais de prazer para a comunidade homossexual. Não gastei muito tempo a investigar a página, não tendo encontrado nenhum vestígio do que é noticiado pelo Expresso. Desconheço se, entretanto, a página foi mudada para retirar os indícios de veracidade da notícia. Logo, apenas posso reter as declarações do clérigo e a chancela da polícia, que já terá apanhado alguns homossexuais “com a boca na botija”. O que será suficiente para atestar a verosimilhança da notícia.

Este comportamento é inaceitável. Sê-lo-á se partir de homossexuais isolados; mais o será se houver o enquadramento institucional de uma organização responsável por defender os direitos dos homossexuais. Poderão alguns tentar atenuar este comportamento, alegando que sempre a hierarquia católica foi intransigente com os homossexuais. Que, como tal, estes se vingam na comunidade católica pela intransigência do passado que ainda se repercute no presente. Não aceito esta argumentação. Não tanto por ela encerrar uma provocação que ultrapassa os limites do aceitável (as provocações, contidas, são salutares). É insidioso pelo que representa de desrespeito por valores e locais que para os outros são sagrados. Será assim que a comunidade homossexual consegue ganhar respeitabilidade?

Esta atitude doentia é repugnante, exactamente pelo que ela contém de doentia. E por expor um traço característico da comunidade homossexual: sentindo-se discriminados ao longo dos tempos, e sentindo ainda hoje o peso dessa discriminação, acham que devem estar investidos de especiais direitos, acima dos direitos conferidos a quem não se revê nesta preferência sexual. Como se fosse uma forma de os compensar pelo tempo imemorial de discriminação, uma espécie de discriminação positiva que autoriza comportamentos que aos demais são vedados. Revela uma intolerância pelo outro, neste caso por aquele que mais tem manifestado a sua intransigência para com a opção homossexual (apetece perguntar: aceitariam eles que os católicos invadissem um dos seus locais de preferência com uma missa?). Não vou dizer que procedam como consta dos textos bíblicos (dar a outra face…), mas seria avisado não mandar mais achas para a fogueira, sabendo que isso não aproveita em nada a sua causa.

Eis como os homossexuais dão um tiro no pé e perdem toda a razão e respeito que tentam capitalizar através dos grupos de pressão que crescem de importância.

1 comentário:

Anónimo disse...

Será que noto um pendor sexista e retrógado neste artigo?
Sinto repulsa e critica primária neste artigo.
Apenas pergunto se em vez de homosexuais os contactos e relações fossem hetero?
Vejo alguma referência á prostituição na Nacional 1 a pouca distância do dito "santuário"?
Criticas uma referencia a encontros homosexuais no santuário.
Imaginamos a inclusão no roteiro gay, de Fátima sem homosexuais locais?
Não estou a ver os casais gay a irem para Fátima dar uma queca (deve haver outros sitios mais interessantes); se a comunidade gay recomenda é porque existe possibilidade de encontros no Santuário (serão padrecos,funcionários da igreja ou simples crentes)...vou mais pelas duas primeiras.
Homosexualidade e Igreja Católica sempre andaram de mãos dadas.A Pedófilia anda mesmo atrás .
Disso sim devias falar, ou ainda acreditas na história do Adão e Eva e existem tabus na veia critica.
À grande massa anónima, mal formada, teledependente e acéfala posso entender mas uma pessoa bem formada como tu........
A libertação dos dogmas e preconceitos duma educação sempre baseada numa moral católica retrogada é dificil.
Mesmo para mim foi e ainda hoje se acendem "luzinhas" cada vez que critico o que me foi ensinado para não ser criticado.
Fátima, uma criação do estado Novo para entreter as massas.Ou acreditas nos 3 pastorinhos? e o ridiculo que foi o grande segredo da irmã Lucia...
A Igreja católica sempre se colocou ao lado do poder ( assistiu ao Holocasto sem pestanejar) e já não recuo ao tempo da Inquisição.
Não sou anti religião que fique esclarecido mas definitivamente combato a besta destruidora da evolução humana ( sim a Igreja católica)


Sou o Carter